Como ir pro trabalho sem levar um
tiro/Voltar pra casa sem levar um tiro
Os saraus tiveram que invadir os
botecos/Pois biblioteca não era lugar de poesia
Biblioteca tinha que ter silêncio,/E uma
gente que se acha assim muito sabida
Há preconceito com o nordestino/Há
preconceito com o homem negro
Há preconceito com o analfabeto/Mas não há
preconceito se um dos três for rico, pai.
A ditadura segue meu amigo Milton/A
repressão segue meu amigo Chico
Me chamam Criolo e o meu berço é o rap/Mas
não existe fronteira pra minha poesia, pai.
Afasta de mim a biqueira, pai/Afasta de
mim as biate, pai/Afasta de mim a coqueine, pai
Pois na quebrada escorre sangue, pai. (letra
e música do Rapper Criolo
Recebi essa música em inbox de uma amigo
querido, no momento em que discutíamos sobre problemas sociais. Sobre as
denominadas e famigeradas Classes Sociais A B C D. Em que ele se perguntava :
Gostaria de saber como me enxergam, em relação à classe. E no mesmo instante
respondi, que eu enxergo gente. Gente com alma e não gente com letras e
números. Mas não podemos negar que existe. O Governo é o maior divulgador
desses índices e de estatísticas tristes que acompanham toda uma sociedade. A
conversa se desenrolava em alto nível de repúdio, de sede de justiça, de busca
de igualdade. Um assunto complexo que nos leva à reflexão.
Concluo meu texto dizendo : Pai afasta de
mim esse cálice. Cálice de uma sociedade mascarada, mascarada por preconceitos.
Repleta de máscaras. Que transborda hipocrisia. Encharcada de desigualdades.
Recheada de podridão. Pincelada de fumaças e pós venenosos. Com
enxurradas de injustiças. Pai afasta de mim esse cálice imundo chamado
preconceito.
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