quinta-feira, 10 de abril de 2014

PAI AFASTA DE MIM ESSE CÁLICE IMUNDO CHAMADO PRECONCEITO


O rapper Criolo: versão Cálice rendeu-lhe uma homenagem do compositor Chico Buarque

Como ir pro trabalho sem levar um tiro/Voltar pra casa sem levar um tiro
Se as três da matina tem alguém que frita/E é capaz de tudo pra manter sua brisa
Os saraus tiveram que invadir os botecos/Pois biblioteca não era lugar de poesia
Biblioteca tinha que ter silêncio,/E uma gente que se acha assim muito sabida
Há preconceito com o nordestino/Há preconceito com o homem negro
Há preconceito com o analfabeto/Mas não há preconceito se um dos três for rico, pai.
A ditadura segue meu amigo Milton/A repressão segue meu amigo Chico
Me chamam Criolo e o meu berço é o rap/Mas não existe fronteira pra minha poesia, pai.
Afasta de mim a biqueira, pai/Afasta de mim as biate, pai/Afasta de mim a coqueine, pai
Pois na quebrada escorre sangue, pai. (letra e música do Rapper Criolo
Recebi essa música em inbox de uma amigo querido, no momento em que discutíamos sobre problemas sociais. Sobre as denominadas e famigeradas Classes Sociais A B C D. Em que ele se perguntava : Gostaria de saber como me enxergam, em relação à classe. E no mesmo instante respondi, que eu enxergo gente. Gente com alma e não gente com letras e números. Mas não podemos negar que existe. O Governo é o maior divulgador desses índices e de estatísticas tristes que acompanham toda uma sociedade. A conversa se desenrolava em alto nível de repúdio, de sede de justiça, de busca de igualdade. Um assunto complexo que nos leva à reflexão.
Uma das colocações que mais me chamou a atenção foi quando ele falou que independente de classe social, quando se leva um tiro o que jorra só é sangue. Pura verdade, e completo dizendo que quando se morre, o destino é um só, ser devorado pelos vermes. E viva os vermes que comem primeiro nossos olhos que muitas vezes não nos fazem enxergar como ele mesmo falou que Deus não fez classe, Deus fez seres humanos.
Concluo meu texto dizendo : Pai afasta de mim esse cálice. Cálice de uma sociedade mascarada, mascarada por preconceitos. Repleta de máscaras. Que transborda hipocrisia. Encharcada de desigualdades.  Recheada de podridão. Pincelada de fumaças e pós  venenosos. Com enxurradas de injustiças. Pai afasta de mim esse cálice imundo chamado preconceito.





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