sexta-feira, 4 de abril de 2014

      Quero ter o direito de ser negra e ninguém se achar ofendido com isso

                          Em viagem ao Recife hoje, com minha filha Lisieux, presenciei dois momentos de puro preconceito. O primeiro contra mulher e o segundo contra a raça negra,ou seja, um de gênero e outro racial.
                          Infelizmente, ainda somos obrigados a passar por certos constrangimentos em pleno Século XXI.
                   Que seres humanos estão sendo formados nesse planeta Terra. São seres desumanos?
                   Chegando ao local de compras, minha filha estacionou o carro, e deixou a poucos centímetros de um cano no estacionamento. Isso foi motivo para que homens se deslocassem dos seus lugares, para ver se ela tinha batido com o para-choque. Esse fato me irritou facilmente. Retruquei no mesmo momento, dizendo que minha filha dirigia carro, fogão e tanque. E como mulher e polivalente faz várias coisas e bem feita. E merece o respeito. E que esse tipo de preconceito machista e ridículo deveria ser evitado, por parte de alguns homens para não causar constrangimentos.
                 O machismo na sociedade é visível. Pura falta de respeito. Chega a ser vergonhoso. Além de ser discriminatório. São situações que nós mulheres passamos e que podiam ser evitadas se o respeito fosse fator primordial entre as pessoas. Considerações ou atitudes de cunho preconceituoso e discriminatório às mulheres devem ser banidas de numa sociedade. O preconceito contra o gênero feminino é algo abominável.
              Para completar meu dia passei por mais um constrangimento com preconceito. Dessa vez em relação ao preconceito racial. Entrei em uma loja e uma cliente me pediu opinião em relação a cores de umas blusas. Resolvi dizer do meu gosto.Disse que a cor roxa está em alta, de muito bom gosto devido o inverno que está chegando, mas que eu particularmente não gostava, mas gostava muito da cor amarela, por ser negra e achar que combina muito com minha cor. Qual foi meu espanto quando o do da loja,  se dirigiu a mim que eu não era negra, era morena. Mais uma vez me senti sendo vítima de preconceito. E mais uma fui de encontro a esse tipo de atitude, que não vou qualificar de machista. Senti-me mal ao ouvir alguém achar que ser negra é algo execrável. E no mesmo momento disse ao senhor que só conhecia três raças que formavam o povo brasileiro: branca, negra e índia. Essa é a verdadeira miscigenação  do povo brasileira. E como não sou branca, nem índia, me restava a raça negra.E por ter pai branco e mãe negra, eu era negra. Ele ainda insatisfeito, disse: Você é parda.
                         Sou negra. Pardo para mim é gente doente. Sem cor. Respondi grosseiramente que uma pessoa parda na minha opinião, é uma pessoa doente, sem cor. Com certeza esse preconceito dele sim é uma grande doença. A doença do preconceito,do imundo preconceito. Quero ter o direito de ser negra e ninguém se achar ofendido com isso.
            





 
Sou negra com orgulho.

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